segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Verde, Passarinho, Tarde, Paixão

"Equilibra-se na beira do rio o coração que um dia se partiu,
Não sabe bem se deve se jogar, para afundar,
Não sabe nem se tinha mesmo alguém para amar.

O coração ergue os olhos e vê um passarinho, cantando,
Porque canta, ave, em tarde tão triste?

Canto porque a noite chega, e o frio da madrugada esfria a cabeça,
Canto porque é hora de dormir, se acalmar,
Canto porque me faz tranquilizar.

Coração, cante uma canção, quem sabe não te escuta a alma gêmea,
Quem sabe não te escuta ao menos um coração irmão?

E cantou então, convencido, o coração, mas não longe ia sua inspiração,
Cantou sobre o verde das algas que cobriam a curva do rio,
E cantou sobre os peixes que viviam no frio.

Foi então que uma alma escutou sua canção, triste.
Ela se aproximou, e logo diagnosticou, “este sofre de paixão... triste..”
Não suportou ver o sofrimento e angústia do coração, e como alma penada o empurrou para o rio, e o afogou.
Só depois que o coração se elevou, a alma o acolheu, o acariciou, e o fez acalentar, e então ele teve paz."

Youkai Lion

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